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terça-feira, 24 de julho de 2012

   
     O FIM DE UMA LINHAGEM FEMININA


     Venho de uma família de origem italiana, coisa comum em São Paulo. Tenho orgulho de minhas origens e percebo em pequenas coisas do dia a dia onde essa origem aparece. Cresci em meio expressões  como " pastitieira", "espelandrona", "Jesu Cristo", "Catso" etc... em uma casa onde todos falam muito alto e defendem suas idéias apaixonadamente.

    Meus avós trabalhavam em tecelagem quando saíram de Americana no interior de São Paulo e lá pelos anos de 1930 vieram pra  São Paulo. Foram morar em um cortiço na Mooca ... clássico!!!!
                                                Cortiço no Bairro da Mooca

            Algum tempo depois foram para a Penha (Rua Guaiaúna) e, finalmente por volta de 1953,  para Vila Buenos Ayres .  Na nossa rua existiam  muitos imigrantes italianos, espanhóis e  portugueses, e ainda existem, pois moramos na mesma rua até hoje! 
     
Ação Ecumênica de Mulheres, com apoio da FaTeo, celebra centenário do Dia Internacional da Mulher











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    Minha avó trabalhou muito em uma época que mulher que trabalhava fora era considerada "mulher que não prestava"! Nunca teve tempo, ou sensibilidade, para brincar com os filhas.  Acho que ela só foi ter essa compreesão quando foi avó ... para minha sorte! Temos uma relação muito forte e especial.
                                           Eu e minha vó Elisa (96 anos)
     Minha mãe já é totalmente diferente: fez a opção por ser esposa, mãe e dona de casa ... e o fez lindamente, quando essa função não era em nada reconhecida! Será que é diferente hoje ?!  

                                                  Eu e minha mãe: A querida Dona Yvone
     Eu pude estudar e trabalhar, tomei um rumo diferente. Só tive um filho, o Arthur, um cara maravilhoso! 
























                        FFLCH - USP - ANOS 80





 





   Mas, outro dia estava pensando que a descendência feminina direta da minha família  acabou! Espero poder conhecer uma neta! Acho que tenho tantas coisas pra contar! Espero que ela queira ouvir, assim como eu ainda ouço as histórias contadas pelas fantásticas mulheres da minha família!


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