O FIM DE UMA LINHAGEM FEMININA
Venho de uma família de origem italiana, coisa comum em São Paulo. Tenho orgulho de minhas origens e percebo em pequenas coisas do dia a dia onde essa origem aparece. Cresci em meio expressões como " pastitieira", "espelandrona", "Jesu Cristo", "Catso" etc... em uma casa onde todos falam muito alto e defendem suas idéias apaixonadamente.
Meus avós trabalhavam em tecelagem quando saíram de Americana no interior de São Paulo e lá pelos anos de 1930 vieram pra São Paulo. Foram morar em um cortiço na Mooca ... clássico!!!!

Cortiço no Bairro da Mooca
Algum tempo depois foram para a Penha (Rua Guaiaúna) e, finalmente por volta de 1953, para Vila Buenos Ayres . Na nossa rua existiam muitos imigrantes italianos,
espanhóis e portugueses, e ainda existem, pois moramos na mesma rua até hoje!


Minha avó trabalhou muito em uma época que mulher que trabalhava fora
era considerada "mulher que não prestava"! Nunca teve tempo, ou
sensibilidade, para brincar com os filhas. Acho que ela só foi ter essa
compreesão quando foi avó ... para minha sorte! Temos uma relação muito
forte e especial.
Eu e minha vó Elisa (96 anos)
Eu e minha mãe: A querida Dona Yvone
Eu pude estudar e trabalhar, tomei um rumo diferente. Só tive um filho, o Arthur, um cara maravilhoso!
FFLCH - USP - ANOS 80

Mas, outro dia estava pensando que a descendência feminina direta da minha família acabou! Espero poder conhecer uma neta! Acho que tenho tantas coisas pra contar! Espero que ela queira ouvir, assim como eu ainda ouço as histórias contadas pelas fantásticas mulheres da minha família!
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